terça-feira, 21 de setembro de 2010

Que belo prazer.





Um fim de tarde, uma leve maré, ondas com melodias constantes. O sol lá no fundo da paisagem, fazia refletir cores inesquecíveis, já existentes, mas nunca daquela forma notadas. Em segundos parado ali, uma chance: sentir o prazer merecido por estar presente naquele momento, na fotografia pulsante e saboreando o perfume da maresia. Oportunidade! Trocar toda a semana que passou por aqueles 60 minutos. Descobrir que naqueles ventos incansáveis podem estar o segredo dos desenhos ali formatados, como a direção para onde apontam as palhas dos coqueiros ou o rumo que as velas do barco percorrem.
 Deixar as obrigações diárias, tão rotineiras, para tirar fotos. Simples assim. Procurar entender, no mínimo, a relação, bela e madura, que a natureza tem com a arte.
Não foi somente uma aula em um fim de tarde no sábado, mas sim a representação de uma (ir)responsabilidade sadia: esquecer por uns instantes que se é um aluno e aquela uma sala de aula, para “curtir” o momento. Não sendo assim, não conseguiríamos expressar e contemplar, mesmo que timidamente, as belezas da praia de nossa Tutoia-MA.  
A areia de um branco ímpar, ondas espumantes, luminosidade branda, tranqüilidade, cenário único, não se repete. E mesmo quando voltarmos naquele lugar ou apreciemos as fotografias e resgate em nossa memória tal paisagem, ela nunca se repetirá, pois tal como a águas do rio, ela é sempre nova! Renova-se conforme o olhar, conforme a experiência...
Foi assim que a turma de Ciências Exatas do PROEB de Tutoia-MA foi recebida, com um cenário nunca dantes visto, pois foi desenhado para nós, naquele momento, e para cada indivíduo, em particular, que lá estava . Que belo prazer!

Jota Ramos

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Felicidade


Diante de inúmeros impactos que minha visão presenciou, existe a que mais insiste em não ir embora. No término de mais uma curta, mas cansativa viagem, a imagem de minha grandeza refletida na figura mais simples que já pude notar: uma peça de roupa simples, a barba por fazer e visivelmente o cansaço, a exaustão, o abatimento refletiam a realidade agora a ser enfrentada.
Em uma mente virgem, sem experiência alguma, poupada de alguns conhecimentos e com uma falta e carências ali presentes, aquele impacto não surtiu tantos efeitos. Um abraço acolhedor e um grande sorriso que esperavam do outro lado daquela passagem barrenta levemente iluminada pelas lanternas do veículo eram tudo que interessava ali. Já com todas as descrições do local obtidas por telefone ou cartas, o lugarejo não provocou surpresas. O local escuro, com poucas pessoas e uma sonoplastia muda, mas ecoada naquele vazio só comprovou uma ideia já formada. O Comum, só um povoado de Tutoia-Ma, não possuía muitos moradores e os que aqui estavam moravam sempre a uma distância considerada dos vizinhos.
 A sincera intenção era apenas uma companhia que há uns meses já não era possível diariamente. O sacrifício, a sobrevivência como guia. Por isso a expectativa. O choque. Era difícil encarar a realidade com 12 anos. Muita coisa desconhecida só clareou e pude entender apenas bem mais velho.
O odor da nova “casa” encantava. Cercado por um varejo ainda modesto e escutando a gravidade de sua voz adormeci aos poucos, nem os meus assombros freqüentes, naturais de algumas crianças, foram suficientes para tirar-me o sono e a satisfação de compartilhar aquela nova vida.
Satisfação, prazer, tranqüilidade. Momento da infância inesquecível, o mais amoroso, o mais acolhedor. A preocupação, a serenidade na fala, a cumplicidade dos dois. Felicidade. Minha felicidade.
Não quero que vá embora jamais. Lembrarei até o último minuto. Hoje eu vivo aqui e o cheiro ainda é o mesmo.

domingo, 5 de setembro de 2010

Reflexão; Absurdo; Revolta.

Refletindo
Os acontecimentos atuais estão germinando meus neurônios como fermento banhado de vinagre. Noites em claro e uma disposição, que fazia tempo que não sentia, estão me acompanhando frequentemente. Minha personalidade explosiva vem se moldando, se ajustando a um novo eu. Coisa boa! Agora cabe a mim direcionar essa energia para ações construtivas, que é o certo a se fazer. E é o que estou tentando. Trabalhando, de dia, tarde e noite, estudando mais e agora arrumando tempo para treinar minhas escritas, expondo meus pensamentos e minhas opiniões. Mas como sempre tenho opiniões polêmicas e vou sempre direto ao ponto algumas pessoas sempre se incomodam comigo. E não é diferente agora. Eu falo, alguns escutam, outros fingem que escutam ou que não escutam, mas ainda sim se incomodam. Mas ora... Sou apenas mais um ser humano, um cidadão igual a todos. Tenho vontade de falar e falo, não estou ofendendo nem desrespeitando ninguém. Agora raciocinem comigo: - Se eu sou um cidadão comum, igual aos outros e também, como vocês, um ser humano, por que não posso falar o que penso ou opino se não estou ofendendo nem caluniando ninguém? Se você aí, ou você acolá não gosta, não posso fazer nada. Não estou pedindo pra ninguém pensar igual a mim!
Absurdo
A palavra golpe vem me perseguindo há alguns dias. Assustei-me com uma avalanche de informações descontroladas e dei uma varrida pelas páginas que “enriquecem” certos pensamentos. Não deu outra. DEVOTOS!
Mas de que golpe estavam falando?
·         O Brasil está sofrendo com ações de gente pouco confiável, que quer surrupiar e tirar a vitória nas urnas de certa candidata.
Uma coisa incoerente, pois se formos mais a fundo, como eu fui, - e nem precisou ir tanto – perceberemos a superficialidade das acusações. Agora pergunto: O Brasil se tornou um país de conhecimentos superficiais? Aonde foram parar os fundamentos? A essência?
No Brasil, como constam os fatos, o atual governo não vem respeitando a nossa Constituição – que convenhamos não é a das melhores, mas nem por isso deve ser avacalhada – e, já há um tempo, venho me indignando com tais acontecimentos, como: uso da popularidade para um aparelhamento sindical e ideológico do Estado brasileiro; uma insistência determinada em permanecer no poder; Ridicularização da imprensa por criticar parte das ações governamentais (as que não são corretas); Instrumentalizar escolas e universidades públicas; ... E agora uma grave acusação de quebra de sigilo. Penso que realmente é para um cidadão se indignar. Conhecendo bem a nossa história, não podemos admitir que nossas conquistas possam ser jogadas fora.
Revolta:
Estamos prestes a sofrer um golpe sim, mas a vítima não é um partido, um candidato ou uma certa classe social. A vítima são todos os pilares da DEMOCRACIA que ainda são recém-nascidos neste país e que estão sendo derrubados um a um e substituídos por colunas ocas de uma ideologia falida e ineficaz. Para depois, quando o povo estiver totalmente dopado, que é o que parece está acontecendo, as ações poderem ser feitas sem ninguém para questionar. A implantação de um REGIME AUTORITÁRIO.
Golpe? Claro, e que GOLPE!

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

A família dos Zés.

A família dos Zés.

Ao nascer, sem nenhuma dúvida, chamaram-me de Zé! Lógico que esse não seria o meu nome, mas sim um de meus inúmeros apelidos. Apelidos que logo começaram a surgir quando naquele fim de mês junino quase quatro quilos de Zé nasceram. E claro, logo começaram as perseguições.
 Com uma beleza bem exposta naquele estreante, não só adjetivos pelo meu porte “atlético” recebi, mas também palpites de como deveria ser meu registro geral. As matracas típicas do território onde nasci se puseram logo a soltar aquela língua de sapo. Não queriam que aquele belo pedaço de gente, eu (rs), tivesse um nome qualquer desses aí, comum! Isso mesmo, absurdo né?  Mas imaginem elas, as matracas, caladinhas escutando o pai do meninão atraente dizendo que o nome seria justamente José. Agora imaginem de novo, (nessa hora eu tenho pena), elas ouvindo que também seria João. Pois é, José João, meu nome, ou para quem preferir Zé João! Bem melhor que aqueles com dois ou mais “y’s” ou terminados em “on”, nada contra as pessoas que possuem esses adicionais, mas prefiro o meu. Simples... Aliás, simples e composto ao mesmo tempo.
- Essa foi boa hein... Perceberam? Hein?  Hein?
Desde então a saga começa. Aos poucos cresci! (Lógico, pois não poderia crescer de uma vez!) Quando eu mal entendia meu nome, já me chamavam de Zé, Zezinho, Zé João, Jota, Jotinha... E por aí vai. Que eu me lembre bem, pra ouvir meu nome mesmo tinha que estar na sala de aula na hora da chamada. Rum... E quando eram os primeiros dias de aula, ô coisa chata! Os outros alunos logo davam aquele risinho ou então os professores perguntavam duas vezes o nome: - É esse o nome mesmo? E eu dava um sorriso sem graça.
Meu nome é José João, José pelo nome do pai de meu pai e João pelo pai de minha mãe. Tenho uma família de Josés, uns que já se foram, outros que estão comigo, outros que nasceram há pouco tempo e outros que com certeza irão nascer.
 Zé... Sou Zé com um tempero do João! E isso é muito bom. Meu pai é que tem sorte, tem dois Zé no nome. O chamam de Zezé! Orgulho do filhão aqui.

"Ainda existem matracas por aí a fora. Falando besteiras aos montes. Sendo inconvenientes, invasoras, repressoras, grosseiras e indelicadas. O que falta para elas? Não sei, nem me interessa.
 O que me interessa é que eu sou Zé, Zé João, Zezinho, Jota, Jotinha... Sou eu mesmo, sou  comum."

Ainda aprendendo, sou José João Damasceno Ramos.   

Se político fosse parque de diversões, Dilma seria a Disneylândia.


Desculpem, mas mais uma vez não sou eu o autor. É que esse cara, rs, esse cara me mata de rir. 
Ler sempre é bom, mas assim... É ótimo!!
Obs.: Da última vez gerou "desespero"... Então, vejam bem, já que não tem como não babar e como já estam de joelhos, deixem molhar o chão... só não deixem espirrar na imagem!
* 1 minuto de silêncio aos devotos. 

Se político fosse parque de diversões, Dilma seria a Disneylândia

Tudo bem, sabemos, Dilma é a criatura eleitoral de Lula. Mas há um limite, não? Ou deveria haver — aos menos para o ridículo.  No Jornal da Globo, vi esta declaração da petista:
“Agora, eu tenho certeza e vou reiterar isso: o presidente Lula irá apurar isso até as últimas conseqüências. Agora, eu vou chamar a atenção de vocês para uma coisa: a Receita Federal assim como a Polícia Federal, os órgãos de estado do Brasil, são muito importantes”.
Ai, ai… Caso Dilma seja eleita, acho que há divertimento garantido por um bom tempo. Os petralhas ainda ficam me torrando a paciência: “Quero só ver o que você vai fazer…” Eu? Ora, ora… Posso usar uma metáfora? Se político fosse o parque de diversões de um cronista, Dilma seria a Disneylândia!
“O presidente Lula vai apurar?” Agora ele virou o quê? Polícia Federal? Ministério Público? Corregedoria?
Mas fascinante mesmo é este trecho da fala:
“Agora, eu vou chamar a atenção de vocês para uma coisa: a Receita Federal assim como a Polícia Federal, os órgãos de estado do Brasil, são muito importantes”.
Como Dilma é uma invenção de Lula, trabalhada por marqueteiros, ela precisa recorrer a alguns truques para atrair a atenção do interlocutor enquanto o pensamento tenta alcançar a fala. Um deles consiste em anunciar que vai dizer alguma coisa em vez de simplesmente dizê-la. Ela abusa desse expediente. Transcrita, a sua fala estaria cheia de dois pontos. Ocorre que ela cria a expectativa, a gente sente, assim, um pequenino frêmito de excitação com o que virá e… nada!!!
Ela vai chamar a nossa atenção para uma coisa. Meu Deus! O  que será? “A Receita Federal e a Polícia Federal são muito importantes”. Então tá…
E vou chamar a atenção doceis pra outra coisa: “Hoje é sexta, amanhã é sábado, e depois vem o domingo. Isso é muito importante! No tempo do Fernando Henrique, não era assim…”
Por Reinaldo Azevedo

Eita Zé João, Zé João, Zé João, Zé João... Zé João que fala...

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Receita tentou 'abafar' fraude contra filha de Serra. A mais nova bandidagem petista!

Esta postagem não possui palavras minhas. Não preciso comentar a precisão com que Reinaldo Azevedo acerta ao falar da mais nova bandidagem petista. 

Obs: Aos devotos desejo que saboreiem. Mas não babem! 



Mantega diz que Cartaxo fica. Ah, sim: Mantega também fica!

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse não “estar cogitando” demitir Otacílio Cartaxo, secretário da Receita. Entendo. Numa democracia convencional, o próprio Mantega, chefe do outro, estaria com o cargo em risco.
Só para que não reste a menor dúvida: fosse a Receita apenas um balcão de vender sigilos, Cartaxo já deveria estar na rua. Transformada em instrumento de luta polítco-partidária, sua demissão é imperiosa.
O post abaixo explica a fala de Mantega. Eles não precisam nem ser nem parecer.
Por Reinaldo Azevedo
02/09/2010
 às 16:53

A corrupção dos homens e a corrupção da sociedade

Acho que vocês vão gostar deste mini-ensaio sobre o exercício do poder. Leiam e me digam.
César separou-se de Pompéia, sua mulher, porque ela foi publicamente considerada culpada de uma ofensa religiosa — pesquisem —, embora ele soubesse, pessoalmente, que ela era inocente. Líder máximo de Roma (ainda era uma República; ele nunca foi imperador), a questão de estado se sobrepôs à pessoal. E então disparou a máxima, sempre muito citada: “À mulher de César não basta ser honesta; é preciso também parecer honesta”.
Pensemos a frase de César à luz — ou à escuridão — da atuação de Otácílio Cartaxo, secretário da Receita, e da corregedoria do órgão.
Alguém que age pensando nos interesses do Estado pode, o que deve ser terrível, ser compelido a tomar certas decisões — contra aliados e amigos — que, mesmo ferindo seu senso pessoal de justiça, concorrem para o equilíbrio da República. O desejável é que o  governante não seja levado a fazer tal escolha. Compelido a tanto, os honestos farão como César. Notem que, nesse caso, estamos diante de uma soma de atributos: o “parecer honesto” não contradiz o “ser honesto”.
Uma mentalidade, digamos, essencialista — coisa muito em voga em nosso tempo; vocês sabem, a turma do “self”… — logo indagaria: “Que importância tem o ‘parecer’? É o ’ser’ que importa”. Na vida pública, tal contradição é descabida. A verdade é tão importante quanto a aparência, daí a necessidade das regras do decoro, que buscam uniformizar a atuação dos homens públicos, lembrando aos cidadãos que os governantes zelam pela res publica. Notável desdita para o homem de estado, nesse caso, obrigado a ser injusto na esfera privada para garantir a justiça na esfera pública. Um governante honesto, assim, é sempre mais angustiado do que feliz.
A distorção populista
Pode-se submeter a máxima cesariana a uma distorção muito típica dos populistas — e de demagogos de um modo geral. Se pensassem a frase de César como um norte moral, encontrariam nela um excesso de rigor. A esquerda brasileira, por exemplo, e seus esbirros na imprensa diriam que há ali um excesso de moralismo; que a política, como arte dos cínicos, não pode ser, assim, tão justa; que a lambança é mesmo parte do jogo.
Nesse caso, o governante ainda conserva o senso do “decoro”, das necessidades da res publica, mas tende a considerar que ele é só o tributo que paga a virtude para que o vício possa ser exercido às escuras. A mensagem que esse governante passa aos seus poderia ser resumida assim: “A mulher de César até pode ser desonesta, mas não pode parecer desonesta”.
Esse norte instrui os mais diversos comportamentos. Governantes assim costumam ter os seus “operadores sujos”, que fazem “o necessário” (seja lá o que for). A regra de ouro é uma só: o público não pode ficar sabendo. Se a informação “vazar”, como se diz no jargão jornalístico, será preciso sacrificar o “operador”. Assim se conduziu, por exemplo, o primeiro mandato de Luiz Inácio Lula da Silva. A cúpula do PT que chegou ao poder com ele caiu — ao menos formalmente.
Pegue-se um exemplo: José Dirceu serviu Lula ao, segundo a Procuradoria Geral da República, chefiar a quadrilha do mensalão. O presidente e seus aliados estavam pouco se lixando se ele era honesto. Essa exigência não estava dada. Mas ele precisava parecer honesto.
A bandalheira
Pode acontecer, no entanto, de o governante viver naquele que é, para si mesmo, o melhor dos mundos — e o pior para a res publica. Nesse caso, os homens de estado não precisam nem ser nem parecer honestos. A corrupção do próprio caráter faz com que transformem o exercício do poder em fonte de satisfação pessoal e do grupo. Para que possam viver o poder como um festim, como celebração orgíaca da desordem, aí contam com a corrupção moral de setores importantes da própria sociedade.
Esse padrão define o segundo mandato de Lula. Otacílio Cartaxo não precisa seguir as regras estritas da Receita Federal, por exemplo. E não precisa nem mesmo fingir que as segue. Luiz Inácio Lula da Silva ignora as leis, faz chacota e vê exaltada a sua formidável habilidade política. Petistas não se indignam com a lambança de seus pares —  nem mesmo fingem que estão indignados. Setores importantes da imprensa acham irrelevantes os agravos à Constituição — nem mais executam a mímica da defesa do estado de direito.As sociedades que exigem ao menos o decoro dos seus governantes deixam claro que não aceitam ser cúmplices de crimes. As que passam a tomar a falta de decoro como evidência de esperteza e de habilidade política fazem um pacto com o desastre. Pode até tardar, mas vem.
Por Reinaldo Azevedo

sábado, 28 de agosto de 2010

Ao menos fui bem atendido, mas estou longe de estar satisfeito. --> Saúde...



Em um país que se diz subdesenvolvido, emergente e com uma das economias que mais crescem no mundo, um cidadão de classe C não consegue ter acesso a rede pública de saúde sem antes usufruir de sua pequena influência para ser atendido.
Como em Tutoia até a única clínica particular funciona como quer, na hora que quer e como nenhuma cliente deseja, nesta quarta-feira e neste sábado, recebi atendimento da rede pública de saúde da cidade. Nas duas situações fui atendido em no mínimo 15min após chegar ao hospital. Como conhecemos muita gente do lugar, com uma conversinha aqui e outra ali, fui passando na frente de alguns até conseguir ter prioridade nos atendimentos. Se eu falar das condições físicas do local sei que vão acreditar, pois é sabido da situação neste país no caráter “saúde”. Paredes que são exemplos de exposição mostram como a cor branca é facilmente posta como plano de fundo de qualquer obra, e não estou falando de arte.
Entre 4 e 11 horas da manhã não vi um funcionário sequer se preocupar com a higiene do local. O banheiro que eu utilizava, e com muita frequência, pois o soro que entrava pela minha veia precisava sair, era de dar nojo. Primeiro que eu dividia o banheiro com mais de 5 pessoas, são elas: As 4 que usavam a suíte, eu e outro internado que estávamos no quarto da frente e mais alguns dos quartos vizinhos.
Saúde é cara. Neste país então... O que se arrecada para deixar o sistema de saúde excelente é colossal e, no entanto não vemos o retorno deste investimento em uns dos mais simples serviços que é a primária aplicação de um soro, ou até mesmo usar um banheiro de um hospital.
O que ouvimos dizer por aí é que o trabalho tem que continuar, que fulano não pode parar, que ela veio para “presidentear” e que ele ao lado dela vai ficar para quando ela precisar. IRÔNICO. Isso vai continuar? As escolas de responsabilidade do estado vão continuar sem aulas, sem professores? Os hospitais vão continuar envergonhando e deixando o povo na mão? Pelo jeito sim!
No país que quer ser uma potência econômica, um país desenvolvido, os seus governantes não estão fazendo a tarefa de casa. Mas como o deus de mais de 80% trouxe a copa do mundo e as olimpíadas, os problemas estão resolvidos. Quando o cidadão precisar levar a filha ao hospital público, o povo apaixonado por futebol arte, nem vai se preocupar se a garota morrer por falta de atendimento, pois o garoto propaganda da competição pode fazer um gol lindo, decisivo... Quem se importa? É copa do mundo!
ABSURDO!
Temos uma vizinha que dá “bons” exemplos que não devemos seguir e outro que dá exemplos “ruins” que devemos seguir... Nos nossos hermanos a casa está caindo faz tempo e na terra dos terremotos, o Estado mostra como melhorar a educação, segurança pública, saúde e a economia, mas “nosso senhor nove dedos” tem os seus “bons” exemplos já em sua cartilha. Não precisa de mais ninguém, pois já é perfeito, é o cara!
Agora estou em casa, acumulando experiências e aprendendo como não deveria ser nosso país. Espero poder ainda escrever o que penso, mesmo com imaturidade, mas dizer o que penso, sem censura. É meus caros, a nossa velha conhecida censura está voltando a nos assombrar. Uma pena! E o pior é que os devotos não enxergam.
 Depois que o povo esquecer as magias e cair na real vai voltar a reclamar, e novamente queimando a língua, pois são eles que os colocaram lá... E com muita convicção.
Obrigado aos funcionários do Hospital de Tutoia. Ao menos fui bem atendido. Mas estou longe de estar satisfeito.


Cedo tava difícil de falar... Mas agora não quis nem saber, FALEI!